Páginas

27/09/2012

Caca da Talita - O arroz doce


Minha mãe é do tipo que tira leite de pedra. Ela consegue coisas impressionantes como fazer com que aquela maravilhosa carne assada de domingo, mas que ninguém aguenta mais ver na frente por se tratar de ser quarta-feira - e na segunda e terça também ter comido a bendita - virar uma delícia como recheio de uma panqueca, ou torta, ou bolinho, ou, ou, ou. O repertório dela é bem variado.

Óbvio que herdei essa habilidade. #soquenao 

Eu não sei cozinhar. Na verdade até sei uma coisinha ou outra, mas não me peça nada aprimorado que não rola. Uma coisa é fritar um ovo, outra é ser uma chef. Isso eu deixo para a Carol.

Uma das vezes que tentei praticar o dom da minha mãe e reaproveitar uma sobra para outra coisa foi com um restinho de arroz que tava rolando na geladeira e ninguém queria comer porque tinha outro novo (antes que me perguntem o porquê, fiz outro arroz pois não verifiquei que ainda tinha um pouco na geladeira). A imagem de qualquer coisa comível parando na lata do lixo parte meu coração. Pensei, nobremente, que seria desperdício jogar comida fora e que poderia aproveitar a sobra para uma sobremesa.

Pego a panelinha com o restinho, ponho no fogo, jogo leite. Açúcar. Mais um pouquinho de açúcar. Olho a geladeira, huuummm (pensativa e fazendo bico), tem um pouco de creme de leite que foi aberto ontem... ok, entra na dança. E um ovo também. Vou fazer um ‘creme’ de arroz. Olho a despensa. Tem cacau em pó. Aquele do padre. Vambora. Detalhe: a ‘receita’ surgiu da minha cabeça.

O arroz com leite e açúcar já tá fervendo. Coloco o cacau em pó. Não gostei. Mais cacau. Agora a cor tá boa. Quebro o ovo e jogo lá dentro e... epa! Era para misturar homogeneamente, cacete! Por que eu tô vendo filetes de gema cozida? Droga! Eu tinha que bater o leite com o ovo açúcar e cacau antes de jogar no troço quente. Claro que ia virar ‘omelete’. Grrrr. Tá, já foi. Respira. Não vai ficar ruim por causa disso. Falta... ah, é! O creme de leite. No negócio fervendo. Não se põe creme de leite em coisa fervendo também. Talha. Mas mexi e desapareceu.

Ok, tá pronto. Desligo o fogo e deixo esfriar. Esfriou, vou provar. Como a primeira colherada. Respiro fundo, muito fundo porque depois de tudo, ao comer sinto gosto de... alho e cebola, temperos de arroz SALGADO. É, esqueci desse pequeno detalhe. Quis usar arroz temperado com alho para fazer doce. Pode rir, eu deixo. Meu pensamento: quando mamãe chegar ela resolve, tenho certeza. Chega mamãe:

- Talita, o que é isso nessa panela?
-Tentativa frustrada de arroz doce, mãe.
- Frustrada por quê?
- Porque usei a sobra de arroz que tava aí.
- Arroz salgado?
- É (cara de cachorro que apronta e sabe que vem bronca).
- ...Talita...
- Tá, mãe, ok. Não precisa falar nada. O que é que dá para fazer com isso?
(Mãe abre a lata do lixo)
- Isso. (E joga tudo lá dentro).

E no final das contas o que eu não queria jogar fora teve o cruel destino. Junto com o leite, açúcar, cacau, ovo e creme de leite que, por sinal, dariam um creme para passar no pão doce que meu pai havia preparado.

2 comentários:

  1. Nesta parte já previ o final: "Uma das vezes que tentei praticar o dom da minha mãe e reaproveitar uma sobra para outra coisa foi com um restinho de arroz que tava rolando na geladeira"

    ResponderExcluir
  2. USHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUASUSHSASAHUSAUHSHUSAUAS

    ResponderExcluir

Sufoca comigo, gente!